Maldita

               
Intensidade, é o que sobra no meu dicionário, no meu repertório, nos meus olhos, no meu toque, no meu corpo, no meu copo, de café pela manha. 
Intensidade é o que deixo nas esquinas que passo, que vejo, que sinto. Intensidade é que eu sou, de corpo e de alma. 
Intensidade é meu nome do meio sem que ninguém perceba, é meu vício, a minha pior droga, meu fel da cerveja mais amarga, mais gelada. É tudo que não deveria ser, mas sou.
A maldita me rouba o desapego, os pés no chão, o estar ''de buenas'', a vida com mais serenidade, me rouba,a tranquilidade de um amor com sabor de fruta mordida, me rouba. A maldita deixa de brinde, a confusão, as noites mal dormidas, as suposições, a incerteza e aquele frio na barriga, delicioso. 
A maldita xinga e depois dá o carinho, o abraço, e as borboletas vomitadas pela boca adocicada. A maldita não quis se despedir, não quis sair pela porta e muito menos dizer um até logo, ela quis permanecer, do meu lado, do meu lado sem que eu tivesse qualquer tipo de escolha. 

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