Menina
Pensamentos aleatórios num boteco qualquer de São Paulo, com a risada escondida nas tantas cervejas da solitária moça que vende por aí o amor que guardou do Nando Reis. E que por acaso, ou até descaso se esconde atrás dos grandes óculos.
Menina moça do vestido floral e do all star surrado, dos acessórios achados nos brechós do centro, da risada alta e gostosa de quem só se preocupa com o final do dia. Mulata, neguinha, morena, e tantos outros nomes que já foi chamada cariosamente, não deixam que ela se agregue ao preconceito suburbano dos hipócritas de Sp.
Garota do Caetano, do Medulla, do Jorge, do Cazuza, da Elis, menina, criança sonhadora de Machado, mas que pertence ao Amado, e quer conhecer o Alencar. Menina do samba do pé, da proteção dos orixás, das raízes da favela.
Menina moça dos cachos emaranhados, que ri com os olhos castanhos, que neles guardam a tempestade e a curiosidade de enxergar todo o dia um mundo novo. Mulher do shorts curto, da descrição das palavras, da luta do feminismo, menina que se pertence antes de pertence ao mundo, menina mulher.
Menina no corpo, mulher na cabeça, na ideologia escrita do Amado : '' A liberdade é como o sol : bem maior que o mundo''.
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