Sou Revolta

Sou cigana desgraçada, ambulante de Sp. Sou amante noturna de coração partido. Sou a mulher fumante da saudade continua. Sou a despedida repentina das belas pernas que não se entrelaçará mais com as suas. Sou a forte dona de casa que, quer apenas um olhar quente de um desconhecido qualquer. Sou voz roca de amor. Sou extrema ignorância das quatro paredes. Sou o copo de raiva jogado contra a parede. Sou as belas mãos de quem passa, lava, e cozinha. Sou a estrela. Sou as curvas de uma carioca. Sou a canção de Chico. Sou deusa dos gregos. Sou a lágrima. Sou confusão. Sou muito mais macho que muito homem. Sou a liberdade. Sou determinação. Sou a sargenta das horas horrendas. Sou competência. Sou forte. Sou o verso inspirador de um sambista qualquer. Sou a incrível mulher que deixou de ser menina. Sou minha. Me pertenço. 

E não estou pedindo para ser estrupada machista estupido(a), visto o que me servi, visto a cigana, a amante, a fumante, as belas pernas, a dona de casa, a voz roca, a ignorância, o copo, as mãos, a estrela, as curvas, o macho, a confusão, a liberdade, a determinação, a sargenta, a competência, a força, a inspiração, o incrível. Visto o que quiser, visto o que me cair bem, e isso nunca será motivo para o abuso da incompetência de um homem conquistar uma mulher e achando que deve violenta-la. Nunca será motivo para impor as regras de comportamento de uma mulher para que ela não seja abusada. Buscamos direitos, e em nenhum momento roupa, ou qualquer outra coisa é permissão para que um idiota ache no direito de ser aproveitar do tal do '' sexo frágil '', de frágil talvez só a unha e nem isso. 

Agora pensemos : E se fosse uma criança. Ela também está pedindo ?