Não se acha amor no lixo




Me deparei com um homem revirando o lixo na véspera de ano novo. Revirando com tanta vontade que não se importou nem  por um instante com aqueles que passavam. 
Refleti sobre os motivos que o colocou na situação que os meus olhos tiveram coragem de ver. Dá provável família que não lutou por ele para tirá-lo da vida de rua, dos amigos que o abandonaram quando se clamou ajuda, das tantas noites natalinas e viradas de anos que passou ali, acompanhando pelo lixo, junto a qualquer outro em situação semelhante. Refleti a tal ponto sobre homem, que comecei a andar sem direção alguma. 
Deduzi sua historia por apenas um dos seus atos. Um ato de revirar o lixo, revirar o lixo na véspera de ano novo. Minhas lagrimas não contive, não quis conter. Vi a tristeza daquele ato, e de como a vida é frágil, como é tão só quando não se tem mais nada, quando não há mais ninguém, e sim só a solidão para dançar. 
Agradeci pelo que eu tenho, pelo que já tive, pelo que ainda posso  ter. Agradeci por tudo em silencio  e rezei pelo homem que eu nem sabia o nome, para que ele  tenha forças para mudar as palavras da sua historia, para que sua fé o motive a mudar a cena cotidiana que eu presenciei.
Rezei em silencio em agradecimento e a compaixão. 

Comentários

  1. oi Estela tudo bom .? enfim agora voltei, agora tenho mais tempo para ler e seus textos estão no meu cardápio :) beijos e Abraços

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    1. Obrigada Leandro por ler meus textos, fico feliz por saber que tenho um leitor fiel ((:
      Leia sempre viu

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